sábado, 10 de março de 2012

Direção do CAHIS participa de audiência e reivindica melhorias para o Campus III da UEPB

O presidente do CAHIS, Júnior Miranda, e o diretor de Assuntos Acadêmicos e também coordenador do DCE no campus, Wilton Cunha, participaram de uma audiência na última quarta-feira (7) com o diretor do Centro de Humanidades, Belarmino Mariano, para tratar de assuntos relacionados à infraestrutura do Campus III.

Dentro da pauta de reivindicações foram discutidos os problemas relacionados aos bebedouros, a falta de professores e a urgente necessidade de uma Central de Aulas, já que o CH não dispõe de salas suficientes para atender a demanda dos cursos.

A respeito dos bebedouros, segundo o diretor, já foi licitada a compra de uma central de água, e que, em breve, será instalada para atender os estudantes de todos os cursos do CH. Vale ressaltar que em novembro do ano passado o Centro Acadêmico de História protocolou um ofício solicitando instalação de bebedouros. 

Com relação à falta de professores, espera-se do governo do estado a contratação imediata dos candidatos aprovados no último concurso público, muitos dos quais ainda não foram chamados para ocuparem suas funções.

Já na sexta-feira (09), a direção do CAHIS participou de uma reunião com os representantes do DCE e dos outros CA’s do Campus III da UEPB para a construção de uma pauta conjunta de reivindicações, dentre as quais, a já destacada urgência de uma Central de Aulas para o CH, uma das questões mais graves que veio à tona no início deste semestre.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Consultores da Capes avaliam infraestrutura para a instalação do Mestrado em História no Campus III

O Centro de Humanidades (CH) da Universidade Estadual da Paraíba, em Guarabira, recebeu, esta semana, uma equipe da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que fez uma visita técnica às várias dependências do CH, em especial na biblioteca, salas de aulas, secretaria da pós-graduação, sala de estudos, laboratório de informática e auditórios. A visita fez parte das etapas de avaliação da proposta de criação do Mestrado em História, no Campus III da UEPB.  

Na ocasião, além da inspeção na parte técnica, os avaliadores também se reuniram com o corpo docente da área, com o intuito de adequar o projeto às exigências da Capes. Segundo o diretor do CH, professor Belarmino Mariano, as orientações dos avaliadores são no tocante a investimentos na aquisição de mais obras em História, em especial os clássicos e livros de historiadores nacionais e internacionais relevantes para as linhas de História Cultura e demais conhecimentos historiográficos.

“Esse compromisso já foi antecipadamente articulado entre a pró-reitora Marcionila Fernandes e a reitora Marlene Alves. A equipe de historiadores do Centro de Humanidades, juntamente com alguns professores do Centro de Educação da UEPB, que integrarão os trabalhos, ficaram satisfeitos com os representantes da Capes, pois os trabalhos e exigências são todas possíveis de serem cumpridas pela equipe e, em breve, teremos boas notícias quanto a instalação do nosso primeiro mestrado”, assegurou Belarmino.

Estiveram presentes, além dos avaliadores da Capes, os professores doutores do Departamento de História; a pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa, Marcionila Fernandes; o pró-reitor adjunto José Ethan e o assessor da PRPGP, Francisco Albuquerque. De acordo com o Diretor do CH, quanto a infraestrutura, o Centro já possui plenas condições para instalação do Mestrado.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Estudantes do Campus III da UEPB em Guarabira protestam contra a falta de bebedouros

Estudantes do Curso de História do Campus III da UEPB em Guarabira promoveram um protesto irreverente no início desta semana devido à falta de bebedouros. Eles colaram um cartaz com palavras de ordem no local onde existia o único bebedouro em funcionamento no bloco do Curso de História.

Desde o mês de outubro, mais de 500 estudantes de História estão sendo prejudicados pela falta de bebedouros no bloco do curso. Em todo o campus existem apenas 4 bebedouros em funcionamento para atender a cerca de 2.500 estudantes.

No último dia 10 de novembro, o Centro Acadêmico de História protocolou junto à direção do Centro de Humanidades um ofício solicitando a instalação de novos bebedouros, haja vista que o único bebedouro disponibilizado não funciona, e o outro bebedouro que estava instalado próximo ao bloco foi retirado.

De acordo com representantes do CAHIS, até a presente data o diretor Belarmino Mariano não respondeu ao ofício enviado.

Centro Acadêmico de História protocola ofício solicitando instalação de bebedouros no Campus III da UEPB em Guarabira

O Centro Acadêmico de História protocolou, no último dia 10 de novembro, junto à direção do Campus III da UEPB em Guarabira, um ofício solicitando a instalação de bebedouros no Bloco do Curso de História. Desde o mês de outubro, o único bebedouro em funcionamento foi retirado, prejudicando os estudantes do referido curso.

Confira, abaixo, o ofício dado como recebido no dia 09 de novembro pela secretaria do CH:


domingo, 6 de novembro de 2011

Nota repúdio a prisão de estudantes da Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

REITOR DA UNIR DA CONTINUIDADE A SUA ESCALADA FASCISTA E MANDA POLÍCIA FEDERAL PRENDER ESTUDANTE EM GREVE


Porto Velho, 05 de novembro de 2011 UNIR CENTRO

No dia 04 de novembro de 2011, os estudantes Fernanda Mello do curso de Medicina e Gustavo Torres do curso de Engenharia Civil foram injustamente detidos pela Polícia Federal, em operação chefiada pelo Delegado Marcelo Toledo, em um episódio que se assemelhou aos períodos mais sombrios dos “Anos de Chumbo” da ditadura militar.

Na ocasião, os estudantes saíam de uma gráfica, e foram intempestivamente abordados pela Polícia Federal, por estarem carregando panfletos sobre a greve da UNIR.

Na madrugada do mesmo dia, o Prof. Dr. Fabrício de Almeida, do Campus de Rolim de Moura, teve seu carro alvejado com uma pedra, por um motoqueiro que fugiu em alta velocidade. Amarrada a pedra, estava um bilhete que fazia sérias ameaças a vida do professor.

Na semana passada, outros quatro estudantes da UNIR foram intimidados a comparecer na Polícia Federal, sob a falsa acusação de dano ao patrimônio público.

E o que estes últimos acontecimentos tem em comum?

Eles são parte integrante da política fascista que tem sido implementada pelo REItor da UNIR, Januário do Amaral. Uma política de ameaças, perseguições, intimidações e criminalização á aqueles que se levantam em luta pela Defesa de uma Universidade Publica, Gratuita e Verdadeiramente Democrática. 

Como suas últimas tentativas de criminalizar a luta dos estudantes em greve – chamando-os de bandidos - não surtiu o efeito necessário junto à sociedade rondoniense – que apoia intransigentemente nossa greve - agora ele manda a Polícia Federal prender os estudantes, com o único objetivo de tentar frear a justa revolta de estudantes e professores, garantindo assim, sua permanência a frente da Administração Superior da UNIR, e dando prosseguimento ao processo de desmonte da Universidade, com desvio de verbas e favorecimentos ilícitos.

O REItor da UNIR, Januário do Amaral, o Senador Valdir Raupp e a Deputada Marinha Raupp, e todos os outros parasitas que lucram e enriquecem as custas da Universidade Federal de Rondônia, pensam erroneamente, que intimidações, prisões ou ameaças irão conter a fúria inabalável dos estudantes em luta.

O Delegado Eduardo Brun Souza (o mesmo que torturou psicologicamente o Prof. Dr. Valdir Aparecido e ameaçou o jornalista Everaldo Fogaça, do Site O Observador) tentava a todo o momento intimidar os estudantes detidos, buscando recolher informações sobre a organização da greve e da ocupação.

Ora. Qual o interesse da Polícia Federal em saber quem é do Comando de Greve? Em saber, quantos estudantes participam da ocupação? Em recolher os panfletos produzidos pelos estudantes da UNIR, convocando toda a população à participar de uma Grande Manifestação dia 09 de novembro, em Defesa da UNIR e pela saída do REItor Januário?

A resposta é simples. A Polícia Federal demonstra mais uma vez, que cumpre fielmente seu papel de polícia política, reprimindo violentamente qualquer forma de luta e reivindicação popular.

No entanto, não nos intimidaremos. Afinal, essa é a farsa de democracia existente em nosso país. Democracia para alguns poucos, e repressão e exploração para a grande maioria do nosso povo.

Apenas com o afastamento do REItor que o Prédio da UNIR Centro será desocupado! 

A recente prisão dos estudantes serve apenas, para elevarmos nossa indignação e revolta com a atual Reitoria da UNIR, renovando assim nossa firme decisão de permanecer em luta até que nossos direitos sejam assegurados e nossas reivindicações atendidas! 

Não descansaremos ate livrar a UNIR do Reitor e toda sua camarilha, verdadeiros dilapidadores da ciência e da democracia dentro da nossa Instituição.

Reafirmamos que a luta por uma Universidade Pública não é crime!

Denunciaremos, portanto, toda e qualquer tentativa de criminalização da justa luta do movimento estudantil!

Não recuaremos e não mais toleraremos ameaças ou tentativas de intimidação!

Não nos curvaremos diante das ações fascistas do Reitor e do casal Raupp, tampouco das ações truculentas e arbitrárias da Polícia Federal!

Defenderemos, com unhas e dentes, a Educação Superior Pública e Democrática!

COMANDO GERAL DE GREVE DOS ESTUDANTES DA UNIR



Polícia Federal invade Universidade Federal de Rondônia e prende arbitrariamente professor de História

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Compartilho com vocês a angústia de estar no Estado mais periférico do Brasil. A Universidade Federal de Rondônia está em greve há 46 dias (desde 14 de setembro) e ninguém fora de Rondônia sabe disso. A Reitoria está ocupada pelos estudantes há 25 dias. Ocupada significa fechada.
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Professor é preso por agentes armados da Polícia Federal
Foto Luiz Machado
Um professor de História foi preso arbitrariamente pela Polícia Federal enquanto chupava um pirulito.
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Os bombeiros condenaram o campus universitário. Os departamentos de Biologia e Química são praticamente bombas-relógio.
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Todo dinheiro que entra pelo REUNI some num buraco negro e grande parte das vagas que o MEC manda são ocupadas por favorecidos pela Administração Superior.
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Pedimos o afastamento do Reitor, mas ele não renuncia. Pedimos intervenção do MEC, mas demora. Resta fazer pressão e divulgar a greve fora de Rondônia. Aqui temos o apoio da mídia local e da sociedade (que traz comida e diesel pro gerador da Reitoria - cortaram a energia).
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Estamos no faroeste.

Aqui o blog Comando de Greve Unir

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Assista abaixo a prisão arbitrária de um professor pela polícia federal.


sábado, 22 de outubro de 2011

O que os historiadores fazem nos arquivos

Foi mais ou menos assim que descobri. Estava no último ano da faculdade e nunca tinha entrado em um arquivo. A culpa era da distância – estava em Santa Maria e os principais arquivos em Porto Alegre – , do curso – que nunca tinha me obrigado a entrar em um – e, obviamente, minha. Eu tinha passado dois anos lendo sobre um determinado assunto, no qual pretendia buscar uma especialização. Então, quando achei que já tinha lido o suficiente (e que meu tempo se esgotara com a formatura chegando) conduzi-me muito certa de mim até a capital do estado em busca das fontes que justificariam toda a minha leitura. O resultado foi – como se pode imaginar – desastroso. Minhas ideias eram tão distantes quanto possível das fontes existentes.

Imagino que se algum colega ler isso irá se identificar, talvez com uma parte, talvez com quase tudo. De qualquer forma, acredito que um leigo não tenha muito interesse ou apenas imagine o que os historiadores fazem com arquivos. Talvez, pergunte-se o que há com essa gente que idolatra papel velho e reclama quando alguém faz o que normalmente se faz com esse tipo de coisa, isto é, joga fora. Afinal, para que servem os arquivos e o que os historiadores fazem com eles? Sim, sim – concordam a maioria das pessoas – eles guardam a memória, logo, basta que se guarde o que é importante. O problema em busca de solução é justamente esse: o que é importante e quem determina o que é importante? Então, nos deparamos com um jogo de forças contrárias. De um lado, temos a limitação do espaço físico, de outro, a diversidade da compreensão do que é a memória de um povo a ser guardada. Num terceiro pólo, ficam os (diminutos) recursos destinados a isso ou que são desviados para outras coisas; e, num quarto vértice, ficam os arquivistas e os historiadores (que também têm suas diferenças, mas lutam juntos para que se preserve o máximo possível).

Não sei se esta é a melhor maneira, mas vou usar minha história com arquivo para ilustrar o que quero dizer. Pois então, estava eu, às vésperas da formatura, bastante empolgada em seguir uma pós-graduação, e sem nenhuma ideia do que elaborar como projeto de pesquisa (porta de entrada em qualquer pós-graduação na área de História). Após os lamentos de praxe pelos anos e ideias perdidos, meu mais fiel colega de trabalho (e de vida) e eu rumamos para o Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul. A pobre arquivista que nos recebeu foi abalroada pela “profunda” questão: o que vocês guardam aqui? Intuitiva, a moça percebeu todo o desespero ali contido e nos enviou ao Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul, nos confiando aos cuidados do historiógrafo do local. Encontramos a luz? Com certeza. Ela veio em forma de uma caixa com correspondências da polícia de Santa Maria entre os anos de 1858 e 1889.

Vasculhei papel por papel. A informação era mínima, mas estava lá. Eu podia saber quais os tipos de pessoas que eram presas, e quem era perigoso o suficiente para ser enviado para a capital da província. A repetição de sobrenomes de origem portuguesa ao lado da profissão de lavrador abriu espaço para que começássemos a repensar algumas coisas sobre a nossa região. Por exemplo, aquela história de que apenas os imigrantes italianos e alemães teriam sido responsáveis pela agricultura por aqui. Isso acabou rendendo o trabalho do meu colega. Eu, no entanto, fixei-me em um único documento. Uma nota na qual o subdelegado avisava ter prendido uma preta forra sexagenária por envenenamento.

É exatamente isso que nunca se fala ao aluno desta disciplina na escola (ou ao jovem que decide fazer um vestibular para cursar História no ensino superior) – não se diz que História, fazer História, é como um trabalho de detetive. Lá estava eu com uma única pista. Tinha um crime e um criminoso sem nome. Talvez, para muitas pessoas a quem aquele papel com uma ponta rasgada passasse pelas mãos, este não fosse um papel importante. Por que guardá-lo? Ele, afinal, seria fonte de quê? Diria o que a um hipotético pesquisador do futuro? Poderia sugerir algo a um romancista, quem sabe. Mas romancistas têm bastante imaginação. Por que justamente aquela caixa tinha de estar sob a guarda do poder público, ocupando espaço, beneficiando-se de ar condicionado, consumindo salários para guardá-la. O historiógrafo nos havia informado: ninguém jamais havia procurado por ela em todo o tempo que ele trabalhava ali.

No entanto, aquele papel transformou a estudante numa pesquisadora no instante em que eu o estranhei (foi aí que todas as leituras da faculdade me valeram). Afinal, não era incomum aos escravos vingarem-se do cativeiro por meio de envenenamento de seus senhores. Acontece que “minha criminosa” era uma liberta, já de avançada idade. Algo ali não se ajustava. Daquela vez, voltei à Santa Maria com muitas ideias, mas a mais forte era a de encontrar a mulher mencionada naquele papel.

Retornei à Porto Alegre pouco tempo depois e, desta vez, com um pouco mais de noção sobre os arquivos. Finalmente pudemos retornar até o Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul e, muito certos de nossas investigações, pedimos para olhar os Processos-crime de Santa Maria, datados do século XIX. Foi já no primeiro maço que encontrei o processo contra a curandeira preta forra sexagenária Maria Antônia. Ela era acusada de envenenar uma jovem acometida por uma doença que envolvia fortes ataques e expelir pela boca e nariz lã, agulhas, barro, linhas. Este processo e aquele primeiro obscuro pedaço de papel renderam minha dissertação de mestrado, na qual foi possível refletir sobre a diversidade de práticas de cura, a História de gênero e a escravidão no sul do Brasil. Minhas conclusões estão publicadas para quem quiser conferir e não pretendo repeti-las aqui.

Quero falar é de arquivos e da sua importância. Ou, se preferirem, falo da importância de gente desimportante, como as diversas Marias Antônias do passado e do presente que estão guardadas nos arquivos. Ao contrário do que ainda viceja no senso comum, a verdade é a que a História se faz tanto de Dom Pedros quanto de Marias Antonias. Penso, aliás, que é olhando para gente como essa minúscula e trágica preta forra que entendemos melhor nossos antepassados e seus legados. Não são os decretos coloniais, imperiais ou presidenciais que dizem quem somos. São as Marias Antonias e as vidas que tiveram, as formas como foram tratadas. A “minha” foi chamada para curar, fez seu trabalho o melhor possível e, por ser negra, mulher e ex-escrava ficou presa por cinco meses enquanto os homens, brancos e ciosos de seus diplomas, tentavam em vão por a perder sua reputação de curandeira.

Não pense que estou defendendo que as vidas das gentes simples sejam guardadas e preservadas no tempo, unicamente para que outros estudantes de História tenham assuntos para suas teses e dissertações (acredite, muita gente pensa isso sobre os arquivos históricos). Igualmente, não estou defendendo que absolutamente tudo seja preservado em nome da História, que também é feita de esquecimentos. Minha defesa é por políticas responsáveis de preservação, mas baseadas no trabalho de profissionais engajados com uma História mais coletiva do que institucional. Minha defesa destes arquivos ancora-se na firme convicção de que a História pertence às massas, às gentes que vivem anônimas, que fazem escolhas, que sofrem, agem e reagem aos grandes movimentos da História. É claro que, mesmo que nos desfaçamos dos documentos que falem dessas gentes, sua História ainda estará lá e ainda será a nossa. No entanto, porque impedir os historiadores do futuro compreenderem quem somos como multidão e como sujeitos do mundo social; de olharem mais de perto – mesmo que num minúsculo e esquecido pedaço de papel – esses anônimos, que somos em maioria.

Este texto é um apelo ao engajamento na preservação dos nossos arquivos.
E é, especialmente, dedicado aos arquivistas anônimos em seu dia
e aos vestibulandos anônimos pretendam escolher
a preservação da História como profissão, divertimento e vida.

* Nikelen Witter é historiadora, professora e escritora.
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Postado no Sul 21

África, o continente de todos

Grande parte da humanidade olha para a África como quem oha pela janela (de um hotel de 5 estrelas) e não como quem olha para o espelho. No entanto, toda a história mundial tem seu espelho na Africa. Todos os outros continentes - América, Ásia - foram espoliados para que a Europa pudesse trilhar as chamadas revoluções comercial e industrial, no processo de acumulação primitiva. Mas nenhum continente sofreu, além da dilapidação dos seus recursos naturais, da opressão das suas culturas e dos seus povos, a escravidão nas proporções de genocídio que ela assumiu na Africa.

Praticamente toda a população adulta da Africa foi submetida à degradante situação de serem levados como gado para trabalhar como escravos, como seres inferiores, para produzir riquezas para a elite branca europeia. O destino da África ficou comprometido pelo colonialismo, pela escravidão e pelas diversas formas de imperialismo. Foi também vítima privilegiada do racismo, da discriminação contra os negros, disseminada pela elite branca por todo o mundo.

A África do Sul, o país economicamente mais desenvolvido do continente, até pouco tempo ainda sofria o apartheid. Mas as elites brancas do mundo consideram a África um caso de continente vítima de si mesma: do tribalismo, do atraso, dos conflitos étnicos, dos massacres, das epidemias, das catástrofes. Tentam fazer a África vítima da natureza e não vítima da história - da colonização, da escravidão, do imperialismo. Um caso perdido, para as potências imperiais. Um caso de opressão, exploração, discriminação.

Hoje a África tornou-se abastecedor de matérias primas para as potências da globalização, que continuam a extrair os recursos naturais por meio de grandes corporações ou diretamente de governos. As mesmas potências que, na Conferência de 1890 concluíram a repartição do continente entre eles, fatiando-o com regra e compasso, hoje disputam entre si os recursos que alimentam seus processos de industrialização e de consumismo exacerbado.

Os colonizadores e os imperialistas não consideram que sejam devedores da África, que devam contemplar como continente privilegiado no apoio dos outros, por tudo ao que submeteram os países e os povos africanos.

Podemos julgar a política externa de cada governo e a visão de cada povo do mundo pela atitude que têm com a África. Ao invés de continente marginal, deveria ocupar o lugar central nas relações internacionais contemporâneas. Toda politica externa que não privilegia a Africa, está errada.
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Postado no blog do Emir Sader

sábado, 24 de setembro de 2011

Presidente do Centro Acadêmico de História ministra palestra no Campus VIII da UEPB em Araruna

O presidente do Centro Acadêmico de História do Campus III da UEPB em Guarabira, Júnior Miranda, ministrou na terça-feira (20) uma palestra para os estudantes do Campus VIII da UEPB em Araruna.

Com o tema ‘Movimento Estudantil e as Redes Sociais’, a palestra foi promovida pelo DCE/UEPB “Gestão Unidade e Luta” em comemoração ao primeiro aniversário de instalação do campus de Araruna.

Na palestra foram abordadas algumas das principais mobilizações do movimento estudantil no Brasil, como por exemplos, a campanha “O Petróleo é Nosso”, em 1957, os protestos contra a ditadura militar de 1964 a 1985, e o movimento das Diretas Já.

Os recentes protestos estudantis no Chile também foram destacados, além da luta dos povos árabes e palestino por liberdade, e a importância das redes sociais como mais uma ferramenta de mobilização - e não apenas a única - dos jovens.

Estudantes acompanham a palestra no Campus VIII da UEPB em Araruna sobre Movimento Estudantil e Redes Sociais.

 Da esquerda para a direita: Júnior Miranda, Ivan, Kaíse, Thiago e Viviane