quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Estudantes do Campus III da UEPB em Guarabira protestam contra a falta de bebedouros

Estudantes do Curso de História do Campus III da UEPB em Guarabira promoveram um protesto irreverente no início desta semana devido à falta de bebedouros. Eles colaram um cartaz com palavras de ordem no local onde existia o único bebedouro em funcionamento no bloco do Curso de História.

Desde o mês de outubro, mais de 500 estudantes de História estão sendo prejudicados pela falta de bebedouros no bloco do curso. Em todo o campus existem apenas 4 bebedouros em funcionamento para atender a cerca de 2.500 estudantes.

No último dia 10 de novembro, o Centro Acadêmico de História protocolou junto à direção do Centro de Humanidades um ofício solicitando a instalação de novos bebedouros, haja vista que o único bebedouro disponibilizado não funciona, e o outro bebedouro que estava instalado próximo ao bloco foi retirado.

De acordo com representantes do CAHIS, até a presente data o diretor Belarmino Mariano não respondeu ao ofício enviado.

Centro Acadêmico de História protocola ofício solicitando instalação de bebedouros no Campus III da UEPB em Guarabira

O Centro Acadêmico de História protocolou, no último dia 10 de novembro, junto à direção do Campus III da UEPB em Guarabira, um ofício solicitando a instalação de bebedouros no Bloco do Curso de História. Desde o mês de outubro, o único bebedouro em funcionamento foi retirado, prejudicando os estudantes do referido curso.

Confira, abaixo, o ofício dado como recebido no dia 09 de novembro pela secretaria do CH:


domingo, 6 de novembro de 2011

Nota repúdio a prisão de estudantes da Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

REITOR DA UNIR DA CONTINUIDADE A SUA ESCALADA FASCISTA E MANDA POLÍCIA FEDERAL PRENDER ESTUDANTE EM GREVE


Porto Velho, 05 de novembro de 2011 UNIR CENTRO

No dia 04 de novembro de 2011, os estudantes Fernanda Mello do curso de Medicina e Gustavo Torres do curso de Engenharia Civil foram injustamente detidos pela Polícia Federal, em operação chefiada pelo Delegado Marcelo Toledo, em um episódio que se assemelhou aos períodos mais sombrios dos “Anos de Chumbo” da ditadura militar.

Na ocasião, os estudantes saíam de uma gráfica, e foram intempestivamente abordados pela Polícia Federal, por estarem carregando panfletos sobre a greve da UNIR.

Na madrugada do mesmo dia, o Prof. Dr. Fabrício de Almeida, do Campus de Rolim de Moura, teve seu carro alvejado com uma pedra, por um motoqueiro que fugiu em alta velocidade. Amarrada a pedra, estava um bilhete que fazia sérias ameaças a vida do professor.

Na semana passada, outros quatro estudantes da UNIR foram intimidados a comparecer na Polícia Federal, sob a falsa acusação de dano ao patrimônio público.

E o que estes últimos acontecimentos tem em comum?

Eles são parte integrante da política fascista que tem sido implementada pelo REItor da UNIR, Januário do Amaral. Uma política de ameaças, perseguições, intimidações e criminalização á aqueles que se levantam em luta pela Defesa de uma Universidade Publica, Gratuita e Verdadeiramente Democrática. 

Como suas últimas tentativas de criminalizar a luta dos estudantes em greve – chamando-os de bandidos - não surtiu o efeito necessário junto à sociedade rondoniense – que apoia intransigentemente nossa greve - agora ele manda a Polícia Federal prender os estudantes, com o único objetivo de tentar frear a justa revolta de estudantes e professores, garantindo assim, sua permanência a frente da Administração Superior da UNIR, e dando prosseguimento ao processo de desmonte da Universidade, com desvio de verbas e favorecimentos ilícitos.

O REItor da UNIR, Januário do Amaral, o Senador Valdir Raupp e a Deputada Marinha Raupp, e todos os outros parasitas que lucram e enriquecem as custas da Universidade Federal de Rondônia, pensam erroneamente, que intimidações, prisões ou ameaças irão conter a fúria inabalável dos estudantes em luta.

O Delegado Eduardo Brun Souza (o mesmo que torturou psicologicamente o Prof. Dr. Valdir Aparecido e ameaçou o jornalista Everaldo Fogaça, do Site O Observador) tentava a todo o momento intimidar os estudantes detidos, buscando recolher informações sobre a organização da greve e da ocupação.

Ora. Qual o interesse da Polícia Federal em saber quem é do Comando de Greve? Em saber, quantos estudantes participam da ocupação? Em recolher os panfletos produzidos pelos estudantes da UNIR, convocando toda a população à participar de uma Grande Manifestação dia 09 de novembro, em Defesa da UNIR e pela saída do REItor Januário?

A resposta é simples. A Polícia Federal demonstra mais uma vez, que cumpre fielmente seu papel de polícia política, reprimindo violentamente qualquer forma de luta e reivindicação popular.

No entanto, não nos intimidaremos. Afinal, essa é a farsa de democracia existente em nosso país. Democracia para alguns poucos, e repressão e exploração para a grande maioria do nosso povo.

Apenas com o afastamento do REItor que o Prédio da UNIR Centro será desocupado! 

A recente prisão dos estudantes serve apenas, para elevarmos nossa indignação e revolta com a atual Reitoria da UNIR, renovando assim nossa firme decisão de permanecer em luta até que nossos direitos sejam assegurados e nossas reivindicações atendidas! 

Não descansaremos ate livrar a UNIR do Reitor e toda sua camarilha, verdadeiros dilapidadores da ciência e da democracia dentro da nossa Instituição.

Reafirmamos que a luta por uma Universidade Pública não é crime!

Denunciaremos, portanto, toda e qualquer tentativa de criminalização da justa luta do movimento estudantil!

Não recuaremos e não mais toleraremos ameaças ou tentativas de intimidação!

Não nos curvaremos diante das ações fascistas do Reitor e do casal Raupp, tampouco das ações truculentas e arbitrárias da Polícia Federal!

Defenderemos, com unhas e dentes, a Educação Superior Pública e Democrática!

COMANDO GERAL DE GREVE DOS ESTUDANTES DA UNIR



Polícia Federal invade Universidade Federal de Rondônia e prende arbitrariamente professor de História

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Compartilho com vocês a angústia de estar no Estado mais periférico do Brasil. A Universidade Federal de Rondônia está em greve há 46 dias (desde 14 de setembro) e ninguém fora de Rondônia sabe disso. A Reitoria está ocupada pelos estudantes há 25 dias. Ocupada significa fechada.
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Professor é preso por agentes armados da Polícia Federal
Foto Luiz Machado
Um professor de História foi preso arbitrariamente pela Polícia Federal enquanto chupava um pirulito.
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Os bombeiros condenaram o campus universitário. Os departamentos de Biologia e Química são praticamente bombas-relógio.
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Todo dinheiro que entra pelo REUNI some num buraco negro e grande parte das vagas que o MEC manda são ocupadas por favorecidos pela Administração Superior.
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Pedimos o afastamento do Reitor, mas ele não renuncia. Pedimos intervenção do MEC, mas demora. Resta fazer pressão e divulgar a greve fora de Rondônia. Aqui temos o apoio da mídia local e da sociedade (que traz comida e diesel pro gerador da Reitoria - cortaram a energia).
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Estamos no faroeste.

Aqui o blog Comando de Greve Unir

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Assista abaixo a prisão arbitrária de um professor pela polícia federal.


sábado, 22 de outubro de 2011

O que os historiadores fazem nos arquivos

Foi mais ou menos assim que descobri. Estava no último ano da faculdade e nunca tinha entrado em um arquivo. A culpa era da distância – estava em Santa Maria e os principais arquivos em Porto Alegre – , do curso – que nunca tinha me obrigado a entrar em um – e, obviamente, minha. Eu tinha passado dois anos lendo sobre um determinado assunto, no qual pretendia buscar uma especialização. Então, quando achei que já tinha lido o suficiente (e que meu tempo se esgotara com a formatura chegando) conduzi-me muito certa de mim até a capital do estado em busca das fontes que justificariam toda a minha leitura. O resultado foi – como se pode imaginar – desastroso. Minhas ideias eram tão distantes quanto possível das fontes existentes.

Imagino que se algum colega ler isso irá se identificar, talvez com uma parte, talvez com quase tudo. De qualquer forma, acredito que um leigo não tenha muito interesse ou apenas imagine o que os historiadores fazem com arquivos. Talvez, pergunte-se o que há com essa gente que idolatra papel velho e reclama quando alguém faz o que normalmente se faz com esse tipo de coisa, isto é, joga fora. Afinal, para que servem os arquivos e o que os historiadores fazem com eles? Sim, sim – concordam a maioria das pessoas – eles guardam a memória, logo, basta que se guarde o que é importante. O problema em busca de solução é justamente esse: o que é importante e quem determina o que é importante? Então, nos deparamos com um jogo de forças contrárias. De um lado, temos a limitação do espaço físico, de outro, a diversidade da compreensão do que é a memória de um povo a ser guardada. Num terceiro pólo, ficam os (diminutos) recursos destinados a isso ou que são desviados para outras coisas; e, num quarto vértice, ficam os arquivistas e os historiadores (que também têm suas diferenças, mas lutam juntos para que se preserve o máximo possível).

Não sei se esta é a melhor maneira, mas vou usar minha história com arquivo para ilustrar o que quero dizer. Pois então, estava eu, às vésperas da formatura, bastante empolgada em seguir uma pós-graduação, e sem nenhuma ideia do que elaborar como projeto de pesquisa (porta de entrada em qualquer pós-graduação na área de História). Após os lamentos de praxe pelos anos e ideias perdidos, meu mais fiel colega de trabalho (e de vida) e eu rumamos para o Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul. A pobre arquivista que nos recebeu foi abalroada pela “profunda” questão: o que vocês guardam aqui? Intuitiva, a moça percebeu todo o desespero ali contido e nos enviou ao Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul, nos confiando aos cuidados do historiógrafo do local. Encontramos a luz? Com certeza. Ela veio em forma de uma caixa com correspondências da polícia de Santa Maria entre os anos de 1858 e 1889.

Vasculhei papel por papel. A informação era mínima, mas estava lá. Eu podia saber quais os tipos de pessoas que eram presas, e quem era perigoso o suficiente para ser enviado para a capital da província. A repetição de sobrenomes de origem portuguesa ao lado da profissão de lavrador abriu espaço para que começássemos a repensar algumas coisas sobre a nossa região. Por exemplo, aquela história de que apenas os imigrantes italianos e alemães teriam sido responsáveis pela agricultura por aqui. Isso acabou rendendo o trabalho do meu colega. Eu, no entanto, fixei-me em um único documento. Uma nota na qual o subdelegado avisava ter prendido uma preta forra sexagenária por envenenamento.

É exatamente isso que nunca se fala ao aluno desta disciplina na escola (ou ao jovem que decide fazer um vestibular para cursar História no ensino superior) – não se diz que História, fazer História, é como um trabalho de detetive. Lá estava eu com uma única pista. Tinha um crime e um criminoso sem nome. Talvez, para muitas pessoas a quem aquele papel com uma ponta rasgada passasse pelas mãos, este não fosse um papel importante. Por que guardá-lo? Ele, afinal, seria fonte de quê? Diria o que a um hipotético pesquisador do futuro? Poderia sugerir algo a um romancista, quem sabe. Mas romancistas têm bastante imaginação. Por que justamente aquela caixa tinha de estar sob a guarda do poder público, ocupando espaço, beneficiando-se de ar condicionado, consumindo salários para guardá-la. O historiógrafo nos havia informado: ninguém jamais havia procurado por ela em todo o tempo que ele trabalhava ali.

No entanto, aquele papel transformou a estudante numa pesquisadora no instante em que eu o estranhei (foi aí que todas as leituras da faculdade me valeram). Afinal, não era incomum aos escravos vingarem-se do cativeiro por meio de envenenamento de seus senhores. Acontece que “minha criminosa” era uma liberta, já de avançada idade. Algo ali não se ajustava. Daquela vez, voltei à Santa Maria com muitas ideias, mas a mais forte era a de encontrar a mulher mencionada naquele papel.

Retornei à Porto Alegre pouco tempo depois e, desta vez, com um pouco mais de noção sobre os arquivos. Finalmente pudemos retornar até o Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul e, muito certos de nossas investigações, pedimos para olhar os Processos-crime de Santa Maria, datados do século XIX. Foi já no primeiro maço que encontrei o processo contra a curandeira preta forra sexagenária Maria Antônia. Ela era acusada de envenenar uma jovem acometida por uma doença que envolvia fortes ataques e expelir pela boca e nariz lã, agulhas, barro, linhas. Este processo e aquele primeiro obscuro pedaço de papel renderam minha dissertação de mestrado, na qual foi possível refletir sobre a diversidade de práticas de cura, a História de gênero e a escravidão no sul do Brasil. Minhas conclusões estão publicadas para quem quiser conferir e não pretendo repeti-las aqui.

Quero falar é de arquivos e da sua importância. Ou, se preferirem, falo da importância de gente desimportante, como as diversas Marias Antônias do passado e do presente que estão guardadas nos arquivos. Ao contrário do que ainda viceja no senso comum, a verdade é a que a História se faz tanto de Dom Pedros quanto de Marias Antonias. Penso, aliás, que é olhando para gente como essa minúscula e trágica preta forra que entendemos melhor nossos antepassados e seus legados. Não são os decretos coloniais, imperiais ou presidenciais que dizem quem somos. São as Marias Antonias e as vidas que tiveram, as formas como foram tratadas. A “minha” foi chamada para curar, fez seu trabalho o melhor possível e, por ser negra, mulher e ex-escrava ficou presa por cinco meses enquanto os homens, brancos e ciosos de seus diplomas, tentavam em vão por a perder sua reputação de curandeira.

Não pense que estou defendendo que as vidas das gentes simples sejam guardadas e preservadas no tempo, unicamente para que outros estudantes de História tenham assuntos para suas teses e dissertações (acredite, muita gente pensa isso sobre os arquivos históricos). Igualmente, não estou defendendo que absolutamente tudo seja preservado em nome da História, que também é feita de esquecimentos. Minha defesa é por políticas responsáveis de preservação, mas baseadas no trabalho de profissionais engajados com uma História mais coletiva do que institucional. Minha defesa destes arquivos ancora-se na firme convicção de que a História pertence às massas, às gentes que vivem anônimas, que fazem escolhas, que sofrem, agem e reagem aos grandes movimentos da História. É claro que, mesmo que nos desfaçamos dos documentos que falem dessas gentes, sua História ainda estará lá e ainda será a nossa. No entanto, porque impedir os historiadores do futuro compreenderem quem somos como multidão e como sujeitos do mundo social; de olharem mais de perto – mesmo que num minúsculo e esquecido pedaço de papel – esses anônimos, que somos em maioria.

Este texto é um apelo ao engajamento na preservação dos nossos arquivos.
E é, especialmente, dedicado aos arquivistas anônimos em seu dia
e aos vestibulandos anônimos pretendam escolher
a preservação da História como profissão, divertimento e vida.

* Nikelen Witter é historiadora, professora e escritora.
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Postado no Sul 21

África, o continente de todos

Grande parte da humanidade olha para a África como quem oha pela janela (de um hotel de 5 estrelas) e não como quem olha para o espelho. No entanto, toda a história mundial tem seu espelho na Africa. Todos os outros continentes - América, Ásia - foram espoliados para que a Europa pudesse trilhar as chamadas revoluções comercial e industrial, no processo de acumulação primitiva. Mas nenhum continente sofreu, além da dilapidação dos seus recursos naturais, da opressão das suas culturas e dos seus povos, a escravidão nas proporções de genocídio que ela assumiu na Africa.

Praticamente toda a população adulta da Africa foi submetida à degradante situação de serem levados como gado para trabalhar como escravos, como seres inferiores, para produzir riquezas para a elite branca europeia. O destino da África ficou comprometido pelo colonialismo, pela escravidão e pelas diversas formas de imperialismo. Foi também vítima privilegiada do racismo, da discriminação contra os negros, disseminada pela elite branca por todo o mundo.

A África do Sul, o país economicamente mais desenvolvido do continente, até pouco tempo ainda sofria o apartheid. Mas as elites brancas do mundo consideram a África um caso de continente vítima de si mesma: do tribalismo, do atraso, dos conflitos étnicos, dos massacres, das epidemias, das catástrofes. Tentam fazer a África vítima da natureza e não vítima da história - da colonização, da escravidão, do imperialismo. Um caso perdido, para as potências imperiais. Um caso de opressão, exploração, discriminação.

Hoje a África tornou-se abastecedor de matérias primas para as potências da globalização, que continuam a extrair os recursos naturais por meio de grandes corporações ou diretamente de governos. As mesmas potências que, na Conferência de 1890 concluíram a repartição do continente entre eles, fatiando-o com regra e compasso, hoje disputam entre si os recursos que alimentam seus processos de industrialização e de consumismo exacerbado.

Os colonizadores e os imperialistas não consideram que sejam devedores da África, que devam contemplar como continente privilegiado no apoio dos outros, por tudo ao que submeteram os países e os povos africanos.

Podemos julgar a política externa de cada governo e a visão de cada povo do mundo pela atitude que têm com a África. Ao invés de continente marginal, deveria ocupar o lugar central nas relações internacionais contemporâneas. Toda politica externa que não privilegia a Africa, está errada.
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Postado no blog do Emir Sader

sábado, 24 de setembro de 2011

Presidente do Centro Acadêmico de História ministra palestra no Campus VIII da UEPB em Araruna

O presidente do Centro Acadêmico de História do Campus III da UEPB em Guarabira, Júnior Miranda, ministrou na terça-feira (20) uma palestra para os estudantes do Campus VIII da UEPB em Araruna.

Com o tema ‘Movimento Estudantil e as Redes Sociais’, a palestra foi promovida pelo DCE/UEPB “Gestão Unidade e Luta” em comemoração ao primeiro aniversário de instalação do campus de Araruna.

Na palestra foram abordadas algumas das principais mobilizações do movimento estudantil no Brasil, como por exemplos, a campanha “O Petróleo é Nosso”, em 1957, os protestos contra a ditadura militar de 1964 a 1985, e o movimento das Diretas Já.

Os recentes protestos estudantis no Chile também foram destacados, além da luta dos povos árabes e palestino por liberdade, e a importância das redes sociais como mais uma ferramenta de mobilização - e não apenas a única - dos jovens.

Estudantes acompanham a palestra no Campus VIII da UEPB em Araruna sobre Movimento Estudantil e Redes Sociais.

 Da esquerda para a direita: Júnior Miranda, Ivan, Kaíse, Thiago e Viviane

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A primavera dos direitos humanos

Com a apresentação do projeto da Comissão da Verdade no próximo dia 21 começa a primavera dos direitos humanos no Brasil.

O golpe de 1964 interrompeu brutalmente o desenvolvimento democrático do país e a ditadura militar que foi instaurada se apropriou violentamente do Estado brasileiro e impôs à sociedade um regime de terror durante mais de duas décadas. Foi o momento mais terrível da história do Brasil desde o término da escravidão.

Foram perpetrados os crimes mais brutais, valendo-se do aparato de Estado contra a democracia, contra o povo, contra sua cultura, contra toda forma de liberdade conquistada ao longo do tempo. A ditadura militar foi um regime que modificou profundamente a história do Brasil, destruindo tudo o que havia de democrático no país, realizando uma política econômica de concentração de renda, de exclusão social e de desnacionalização da economia. Foi o pior regime que o Brasil já conheceu, o que mais violou os direitos humanos no país.

Na sua fase final, a ditadura decretou uma anistia que a favorecia, amalgamando vencidos e vencedores, verdugos e vítimas, apagando da história do país todas as violações que a ditadura havia cometido. Com isso, além da impunidade dos agentes do terror da ditadura, impediu que se apurasse tudo o que foi feito, buscando apagar aquele período da memória dos brasileiros.

A ditadura militar se esgotou, mas conseguiu controlar a transição, com a eleição do primeiro presidente civil pelo Colégio Eleitoral e com a manutenção da anistia imposta pelo velho regime e não decidida democraticamente pela cidadania.

Nesta semana, a secretária dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, entregará ao presidente da Câmara dos Deputados o projeto da Comissão da Verdade. O Congresso vota no dia 21, dia do começo da primavera, o projeto que permitirá à sociedade brasileira apurar a verdade, sobretudo o que aconteceu naquele momento de domínio da ditadura sobre a democracia, do terror sobre a liberdade, da força sobre a razão.

Esse é o espaço que a sociedade brasileira consegue para passar a limpo e, só depois de ter satisfeito seu justo direito ao conhecimento de tudo o que ocorreu, virar essa triste página da nossa história. Todos os que estão comprometidos com essa busca, - goste-se ou nao da forma particular que é possível hoje a busca da verdade -, tem que mobilizar toda sua energia, para que triunfe, finalmente, a verdade e vivamos, finalmente, a primavera dos direitos humanos no Brasil. 
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Postado no blog do Emir Sader

Ditadura Militar: Prisão de estudantes no congresso secreto da UNE em Ibiúna


O CONGRESSO DA UNE EM IBIÚNA
 por Nelson Piletti

Meados de outubro de 1968. Apesar de proibida de funcionar pela ditadura militar, que mandara incendiar sua sede no Rio de Janeiro, logo após o golpe de 1º. de abril de 1964, a União Nacional dos Estudantes(UNE) realiza o XXX Congresso num sítio do Bairro dos Alves, a uns vinte quilômetros do centro de Ibiúna pela estrada de São Sebastião.

O local é de difícil acesso. Juntamente com dois colegas, representando os universitários de Caxias do Sul, cheguei em São Paulo na manhã de terça-feira, viajei para o encontro marcado numa praça de Sorocaba, voltei para São Paulo, instalando-me num alojamento da USP, onde fiquei até a noite de quarta-feira, participando de reuniões e manifestações contra a ditadura, sob a constante ameaça da polícia e do exército, que depois acaba acontecendo.

Na noite de quarta-feira, assim como nas noites anteriores, carros particulares conduziam estudantes até uma certa altura da Rodovia Raposo Tavares.

De lá, na carroceria de caminhões, fomos até o Bairro dos Alves, percorrendo a pé os últimos quilômetros até o sítio do Congresso, onde chegamos na quinta pela manhã.

As instalações eram extremamente precárias: um acampamento de lona para as assembléias, um galpão onde uns poucos podiam dormir em sistema de revezamento – a maioria dormia no local das assembléias onde não se podia entrar sem tirar os calçados, já que chovia muito, o barro era abundante e o chão também havia sido revestido com lona – um chiqueirão desativado que servia de cozinha.

E lá estávamos cerca de mil estudantes de todo o Brasil – algumas delegações, duas ou três, nem conseguiram chegar – sem a mínima infra-estrutura de alimentação, alojamento, higiene.

No sábado, finalmente, após um difícil e prolongado processo de credenciamento, o Congresso teria início. Mas, quando acordamos, por volta das sete horas, vimo-nos cercados por mais de 250 policiais fortemente armados, dando tiros para o alto.


Todos presos, cada um procurando seus calçados num enorme monte – a maioria vestindo o que dava certo nos pés – colocados em fila indiana, marchamos até os ônibus e caminhões da polícia na estrada de São Sebastião, formando um comboio que nos levaria até o presídio Tiradentes no centro de São Paulo, que posteriormente foi demolido.

Em cada centro populacional – Ibiúna, Vargem Grande, Cotia – os veículos circulavam pelo centro para que a população visse os “facínoras” subversivos aprisionados no que foi considerada uma grande vitória do governo militar.

No presídio Tiradentes, onde chegamos por volta das sete da tarde, fiquei instalado numa cela de aproximadamente 3×6 metros com mais de 66 colegas. Num canto, uma torneira e um buraco no chão para as necessidades.

Para comer a gororoba servida num grande panelão, muitos usavam a carteirinha de estudante, outros o cabo da escova de dentes, previamente aquecido e amassado, outros, ainda, simplesmente as mãos.

Após uma semana de interrogatórios, a maioria dos estudantes foram levados presos para seus Estados, algumas delegações foram liberadas em São Paulo mesmo e cerca de 70, considerados os líderes, permaneceram presos.


Entre esses estava José Dirceu, então presidente da União Estadual dos Estudantes(UEE) de São Paulo e organizador do Congresso que, posteriormente seria banido do Brasil em troca da libertação do embaixador dos EUA, seqüestrado com o objetivo de obter a soltura de presos políticos. Hoje, muitos participantes do Congresso de Ibiúna ocupam posições de destaque na política, na economia, na cultura do país. Vinte anos depois, em 1988, eu próprio fui candidato a prefeito de Ibiúna.

O que significa, entre outras coisas, que o mundo gira, a história é dinâmica. Com o tempo as posições podem se inverter. Nas palavras de Harold Pinter, Nobel de Literatura de 2005, “nada é absolutamente falso nem absolutamente verdadeiro”.

Só para citar um de nossos maiores escritores, Guimarães Rosa, “natureza da gente não cabe em nenhuma certeza. (…) Esta vida está cheia de ocultos caminhos”.
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Originalmente publicado no jornal A VOZ DE IBIÚNA
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Vi no Na Trincheira

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Calourada 2011.2. Vamos nessa galera!!

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O DCE “Gestão Unidade e Luta”, em parceria com o Centro Acadêmico de História “Francisco de Carvalho Filho” e o Centro Acadêmico de Letras “Maria Valéria Rezende”, estará realizando na próxima sexta-feira, 19, a calourada 2011.2 que recepcionará os calouros do Campus III da Uepb em Guarabira.

Essa edição da calourada trará algumas novidades, além da temática proposta, que será “Anos 70, um retorno aos Anos Rebeldes”, o evento terá outra novidade que é a caracterização dos participantes com o look do tema proposto, ou seja, dos anos 70.

O evento será animado pelo DJ Rosfran e A3 Voz e Violão.

Vamos lá galera!! Monte seu look e venha se divertir bastante.

sábado, 13 de agosto de 2011

II Encontro Paraibano dos Estudantes de História

O Encontro Paraibano de Estudantes de História (EPBEH) será promovido pela Comissão Organizadora (COEPBEH), constituída por estudantes do curso de História da Universidade Estadual da Paraíba, Universidade Federal da Paraíba, Universidade Federal de Campina Grande, objetivando a interatividade entre os estudantes e profissionais de História ou de áreas afins do estado da Paraíba bem como atuantes de movimentos sociais e a sociedade de uma forma geral.

O encontro propõe a discussão do tema: História, Currículo, Ensino e Interdisciplinaridade, além de outros temas em atividades acadêmicas e culturais que possibilitem o interesse pelas múltiplas facetas do ensino de Historia da Paraíba, o fomento às discussões acerca da formação do professor paraibano e ainda o fortalecimento do Movimento Estudantil de História (MEH), na busca de melhorias no sistema que venha propiciar ferramentas que contribua com a formação dos profissionais de História no Estado.

Para o encontro serão analisadas propostas de Simpósios temáticos e Minicursos enviadas pelos estudantes. As propostas podem ser enviadas até o dia 19 de Agosto, para o email: iiepbeh@hotmail.com 

Os resultados das propostas aprovadas sairão dia 22 de Agosto e nesse mesmo dia serão abertas as inscrições para submissão de resumos na modalidade comunicação oral e a participação nos minicursos. 

O prazo final para o envio de resumos é até dia 16 de Setembro. As cartas de aceite serão enviadas até 20 de Setembro e a data limite para o envio de trabalho completo é 01 de Outubro.

Com informações do blog do EPBEH

Chile: Direita sugere matar líder estudantil para pôr “fim aos protestos”

Mais de 3 mil estudantes se encontram em Montevidéu para o 16º Congresso da Organização Continental Latino-Americana e Caribenha de Estudantes (Oclae). Na ocasião o jornal La República publicou um artigo em que comenta as ameaças sofridas pela líder estudantil Camila Vallejo (foto) e saúda os delegados provenientes de toda a América Latina e Caribe. O Congresso se desenvolve até o domingo, dia 14.

“A repressão contra os estudantes chilenos não só foi feita pela polícia, mas agora estão amedrontando pelo Twitter a líder Camila Vallejo. Um usuário apelidado como @el_yorchi divulgou dados pessoais da dirigente estudantil, como seu endereço, número de telefone, que rapidamente foram retuitados por várias contas, entre elas @derechatuitera.

O massivo repúdio da comunidade fez com que @derechatuitera tivesse de pedir desculpas e que os pais da líder dos estudantes interpelassem instâncias judiciais para buscar proteção do assédio.

Porém, algo mais grave aconteceu quando uma funcionária do governo de Sebastian Piñera, Tatiana Acuña Selles, secretária executiva do Fundo do Livro, ligado ao Ministério da Cultura, pediu literalmente a morte de Vallejo em sua conta de Twitter. “Se mata a la perra y se acaba la leva” escreveu a funcionária em sua conta @Tati_Acuna”.(1)

Até agora a informação da imprensa dos últimos dias, que mostra a gravidade da situação chilena, onde a direita perde o sorriso falso do presidente Sebastian Piñera, cujo período de governo se transforma crescentemente em uma imagem muito semelhante ao obscurantismo de Pinochet.

Por sua vez, o senador Carlos Larrain, presidente de Renovação Nacional (direita), disse que o movimento pela educação é de “subversivos inúteis”. Ele usou esta categoria, inclusive para definir alguns parlamentares do atual Congresso.

“A qualificação de seres humanos de ‘subversivos inúteis’ abre as portas para o ataque direto e a agressão física. A lógica é clara: os inúteis não servem à sociedade, logo é melhor que não existam; já os subversivos querem terminar com a paz do país, portanto sua existência é nefasta”, afirmou na Rádio Cooperativa do Chile o colunista Juan Pablo Letelier, que indignado com estas declarações reclamou: “Devemos banir a desqualificação e a desumanização de quem pensa diferente. O Chile não quer voltar a tempos obscuros e a direita deve entender que sua nostalgia por essa época [a de Pinochet] é inaceitável.”

Não se deve crer que esta radicalização dos estudantes chilenos, que não ocorre em outros países da região, seja produto apenas de fenômenos autóctones, como a educação chilena – tanto pública como privada – baseada no lucro, mas que pode estar mostrando um “cansaço” das novas gerações com o discurso e as propostas dos mais velhos.

Este cansaço, no caso chileno, não é apenas com as heranças da política de Pinochet, mas também com os governos moderados e progressistas do Concertación.

Tudo indica que estamos em um momento em que a América Latina necessita de um encontro das forças progressistas com as desanimadas gerações juvenis, para que o processo de transformações se aprofunde sem fraturas no bloco social de mudança. E os estudantes são uma força imprescindível dessa mudança. Por isso, é saudável a realização de novo em Montevidéu do 16º Congresso Latino-Americano e Caribenho de Estudantes, convocado pela Organização Continental Latino-Americana e Caribenha de Estudantes (Oclae).

Bem-vindos, estudantes da América Latina e do Caribe, para ficar em volta do Chile e seus estudantes!

(1) Nota da tradução: Com esta frase, a funcionária sugere que matando a líder, a quem chamou de cachorra, as mobilizações estudantis iriam cessar. O ex-ditador Augusto Pinochet usou a mesma frase referindo-se ao presidente Salvador Allende quando lhe propôs transporte aéreo para qualquer lugar do mundo que desejasse.
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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Atenção historiadores! Senador Aluísio Nunes (PSDB/SP) é contra a regulamentação da nossa profissão

Projeto que regulamenta profissão de historiador agora segue para a CAS.
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O PLS 368/09, projeto de lei que regulamenta a profissão de historiador, cumpriu mais uma etapa em sua tramitação no Senado: o texto foi aprovado com uma emenda nesta quarta-feira (5) pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). A próxima etapa é o seu exame na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). Apresentada em 2009, a proposta determina os requisitos para o exercício da atividade e exige o registro desses profissionais em órgão específico.
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Ao defender a regulamentação, o autor do projeto, senador Paulo Paim (PT-RS), argumenta que "o campo de atuação do historiador não tem se restringido mais à sala de aula e sua presença é cada vez mais requisitada não só por entidades de apoio à cultura, mas também por estabelecimentos industriais, comerciais, de serviço e de produção artística"
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A iniciativa recebeu o apoio do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que chegou a apresentar um relatório favorável à matéria no final de 2009. O relatório aprovado nesta terça-feira é de autoria do senador Anibal Diniz (PT-AC).
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Em março deste ano o PLS 368/09 foi aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), com relatório do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA).
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Críticas
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Durante a votação na Comissão de Educação, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) criticou o projeto. Ele disse que "não é possível ver como tal iniciativa contribuirá para o avanço da área no Brasil". Além disso, o senador declarou que "isso representará uma enorme fonte de aborrecimentos às pessoas que, para escreverem um livro de história, por exemplo, serão obrigadas a se inscrever numa ordem de historiadores e pagar uma contribuição". Ele argumentou que tais exigências não fariam qualquer diferença sobre a qualidade das obras de autores como Evaldo Cabral de Mello e Boris Fausto, entre outros.
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Esse projeto já havia sido aprovado na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) em decisão terminativa , mas, após requerimentos para que fosse examinado em outras comissões, o texto teve de passar pela CCJ e pela CE, retornando agora à CAS.
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Por Ricardo Koiti Koshimizu / Agência Senado
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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Lista da 2ª remessa das carteiras estudantis repassadas ao CAHIS

Na manhã desta quinta-feira (30), o CAHIS recebeu as carteiras estudantis da 2ª remessa e outras que não foram enviadas na 1ª remessa. 

Quem desejar receber a carteira antes do início das aulas, e se o nome não estiver na lista abaixo, entrar em contato pelo telefone 99460948, falar com Viviane.

Lembramos, ainda, que os estudantes do curso de Pedagogia, e os estudantes de especialização, que fizeram a carteira estudantil podem entrar em contato pelo mesmo telefone acima. Os demais estudantes procurem seus respectivos Centros Acadêmicos.

Lista dos estudantes do curso de História que solicitaram a carteira estudantil na 2ª remessa:

  1. Aldo Mauro Neves de Mello
  2. Alidyanne Targino da Silva
  3. Aline Dias Rodrigues
  4. Aline Matias de Oliveira
  5. Ana Cleoma Gomes da Silva
  6. Camila da Silva Nascimento
  7. Cicleide Tereza da Silva
  8. Daniele Maia de Almeida
  9. Dayse Ellen da Silva Alexandria
  10. Ednalva Maria Correia dos Santos
  11. Elizabete Barbosa da Silva
  12. Ellen Hortência Silva Santos
  13. Emmanuel Paulino de Luna
  14. Felipe Caetano dos Santos
  15. Géssica Dayanne Lima dos Santos
  16. Isnar de Oliveira Leandro
  17. Jefferson Mateus Ribeiro
  18. Jéssica Natane Pessoa de Lima
  19. José Herculano de Araújo Júnior
  20. José Lucas de Souza Júnior
  21. José Valdeir da Silva Nascimento
  22. Kallyne Cândido Felipe
  23. Laianny Cordeiro Silva de Souza
  24. Manoel Moreira Viana
  25. Marcos Félix da Cruz
  26. Maria das Graças Dias Targino
  27. Maria Gorete Olímpio dos Santos
  28. Maria José Inácio Evangelista
  29. Maria Noêmia Pinheiro da Silva
  30. Maria Wanessa dos Nascimento Santos
  31. Maurícia Carla Rodrigues da Silva
  32. Nikleber Bezerra de Lima
  33. Nizelma Pinto Pereira
  34. Patrícia Alves dos Santos
  35. Paulo Sérgio Alves
  36. Rafael Cruz da Silva do Nascimento
  37. Ricardo Marcelo da Costa
  38. Roseli Pereira dos Santos
  39. Samuel Alves de Morais
  40. Sílvia Caroline Santos Medeiros
  41. Tatiane da Conceição dos Santos
  42. Thaís Luana Felipe Santos
  43. Tiago Soares Calixto de Oliveira
  44. Wellington Rodrigues Bezerra
  45. Wianey Gonçalves de Souza
  46. Wilton Meireles da Cunha

domingo, 19 de junho de 2011

Para Hobsbawm, crise explica deriva à direita na Europa

O blog do italiano Beppe Grillo entrevistou Eric Hobsbawm [foto] no dia do seu 94º aniversário. Hobsbawm, que faz questão de dizer que é um historiador, não um futurologista – fala, entre outros assuntos, sobre o que é hoje o marxismo e a crise na União Europeia. Hobsbawm acredita que, no futuro próximo, praticamente todos ou quase todos os países europeus serão governados por governos de direita, de um tipo ou de outro. Para ele, a crise econômica que se arrasta desde 2008, tem muito a ver com a deriva à direita na Europa. "Acho que, hoje, só quatro economias na Europa, na União Europeia, estão sob governos de centro ou de esquerda".

Blog de Beppe Grillo / Carta Maior

O blog de Beppe Grillo entrevistou Eric Hobsbawm, um dos maiores historiadores marxistas vivo. A entrevista aconteceu no dia do seu 94º aniversário, quando esteve em Roma para o lançamento da tradução italiana de seu livro How to Change the World - Why rediscover the inheritance of Marxism. Hobsbawm analisa a possibilidade de uma deriva rumo à direita nos próximos anos na Europa, por razões relacionadas com a depressão econômica, a ânsia por segurança e a estagnação da União Europeia, arcada sob o peso da obrigação de ser cada vez maior e maior e pela falta de visão política comum. Além disso, os movimentos de resistência têm crescido mais em regiões onde há um maior número de jovens – por exemplo no norte da África e nos países em desenvolvimento, não na Europa. Mas, acima de tudo, Hobsbawm, que faz questão de dizer que é um historiador, não um futurologista – fala-nos sobre o que é hoje o marxismo e sobre os seus efeitos.

(1) Sobre o marxismo hoje

Eric Hobsbawm: Sou o Eric Hobsbawm. Sou um historiador muito velho. Como tal, telefona-me no dia do meu 94º aniversário. Durante toda a minha vida escrevi principalmente sobre a história dos movimentos sociais, a história geral da Europa e do mundo dos séculos XIX e XX. Acho que todos os meus livros estão traduzidos para italiano e alguns foram até bastante bem recebidos.

Blog de Beppe Grillo: A nossa primeira pergunta é sobre o seu livro. O marxismo é considerado um fenômeno pós-ideológico. Poderia explicar-nos porquê? E quais serão as consequências dessa mudança?

Eric Hobsbawm: Eu não usei exatamente a expressão “fenômeno pós-ideológico” para marxismo, mas é verdade que, no momento, o marxismo deixou de ser o principal sistema de crenças associado aos grandes movimentos políticos de massa em toda a Europa. Apesar disso, acho que sobrevivem alguns pequenos movimentos marxistas. Nesse sentido, houve uma grande mudança no papel político que o marxismo desempenha na política da Europa. Há algumas partes do mundo, por exemplo, a América Latina, em que as coisas não se passaram do mesmo modo. A consequência daquela mudança, na minha opinião, é que agora todos podemos concentrar-nos mais e melhor nas mudanças permanentes que o marxismo provocou, nas conquistas permanentes do marxismo.

Essas conquistas permanentes, na minha opinião, são as seguintes: Primeiro, Marx introduziu algo que foi considerado novidade e ainda não se realizou completamente, a saber, a crença de que o sistema econômico que conhecemos não é permanente nem destinado a durar eternamente; que é apenas uma fase, uma etapa no desenvolvimento histórico que acontece de um determinado modo e deixará de existir e converter-se-á noutra coisa ao longo do tempo.”
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Entrevista Completa, Aqui

Estudantes do Campus III da UEPB participam de reunião do DCE em Campina Grande

O Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual da Paraíba realizou ontem (18) a primeira reunião após a eleição do dia 08 de junho. Membros da chapa vitoriosa do DCE, e estudantes de diversos campi da UEPB, estiveram presentes no encontro realizado no museu de arte e cultura, localizado ao lado do terminal rodoviário da integração, no centro de Campina Grande.
Representado pelos estudantes Wilton Meireles, Viviane Nascimento, Jackson Leandro, Augusto Borges, Alessandra e Júnior Miranda, o Campus III de Guarabira tornou-se um dos destaques na reunião devido à participação na eleição, contribuindo fortemente na vitória da chapa Unidade e Luta.
Já a reunião do DCE foi pautada pela avaliação da recente eleição, planejamento de atividades estudantis para o próximo semestre, e a reorganização da chapa vitoriosa do DCE, depois de pedidos de afastamento de alguns membros.
Com a reorganização da chapa Unidade e Luta, o coordenador do DCE do Campus III, Wilton Meireles, assumiu a Secretaria Geral do DCE/UEPB, somando-se a estudante Viviane Nascimento, até então secretária também do DCE/Campus III, que assumiu a coordenação geral do DCE/UEPB juntamente com as estudantes Bianca Gomes e Viviane Miranda.

Nova gestão do DCE/UEPB será comandada por mulheres

(Da esquerda para direita: Viviane Nascimento, Bianca Gomes e Viviane Miranda)
Um fato histórico importante para o DCE da Universidade Estadual da Paraíba. Pela primeira vez a coordenação do diretório será dirigida exclusivamente por estudantes mulheres. São elas: Bianca Gomes, Viviane Miranda e Viviane Nascimento.
As estudantes foram eleitas na chapa Unidade e Luta, na eleição realizada no último dia 08 de junho, e estarão à frente do DCE até o próximo ano. Bianca Gomes e Viviane Miranda são, respectivamente, estudantes de Comunicação Social e Pedagogia da UEPB em Campina Grande. Já Viviane Nascimento é estudante de História do Campus III em Guarabira.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Diretor de Assuntos Acadêmicos do CAHIS do Campus III da UEPB participa de reunião com Pró-Reitor em Guarabira.

O Diretor de Assuntos Acadêmicos do CAHIS e Coordenador eleito do DCE do Campus III da UEPB, Wilton Meireles, participou na manhã de ontem (15), no auditório do Centro de Humanidades, de uma reunião com o Pró-Reitor de Ensino e Graduação (PROEG), Prof. Eli Brandão, juntamente com a Direção, Chefes de Departamentos, Coordenadores de Curso e representantes de outros Centros Acadêmicos.

Durante a reunião, foram debatidas várias questões referentes ao desenvolvimento das atividades de ensino e graduação no Campus III da UEPB, dentre elas, a histórica problemática do início das aulas no campus e a divisão, ou desblocamento, dos horários dos componentes curriculares.

Com relação ao horário do início das aulas no CH, o Pró-Reitor falou sobre a necessidade de se cumprir o horário estabelecido, haja vista que, na prática, as aulas começam no período noturno, por exemplo, a partir das 19h00min e finalizam às 21h30min, quando oficialmente devem iniciar às 18h30min e terminar às 22h00min. Os mesmos problemas relacionados ao início e término das aulas acontecem nos períodos da manhã e tarde.

Por isso, foi sugerida uma reunião com os secretários de educação e transporte dos municípios atendidos pelo Campus III da UEPB para que os horários estabelecidos pela instituição sejam cumpridos, pois a maioria, quase que absoluta, dos estudantes do CH dependem dos transportes disponibilizados pelas prefeituras, as quais se beneficiam com a formação e qualificação de profissionais da educação, oriundos da UEPB, para os seus respectivos municípios.

No que diz respeito à divisão, ou “desblocamento”, dos horários dos componentes curriculares aplicados, ou seja, a proibição de blocos de aulas seguidas de uma mesma disciplina, o Diretor de Centro, Profº Belarmino, defendeu a divisão. Já a Profª Alômia discordou da divisão dos horários dos componentes curriculares e ponderou sobre a necessidade de conhecer a realidade de cada curso e flexibilizar o horário devido dificuldades de deslocamento dos professores substitutos, opinião considerada pelo Pró-Reitor.

Levando em consideração as características do Centro de Humanidades, e o melhor aproveitamento das aulas, o Diretor de Assuntos Acadêmicos do CAHIS, Wilton Meireles, também se posicionou contra a divisão dos horários, pois a interrupção/divisão das aulas de cada componente curricular causaria lacunas no desenvolvimento dos estudos e prejudicaria os estudantes de outras cidades, que devido os problemas de transporte perderiam as aulas iniciais das disciplinas.

Por fim, ficou decidido que no próximo mês (julho) acontecerá uma nova reunião com a Pró-Reitoria de Ensino e Graduação da UEPB, e dessa vez com caráter deliberativo, já que a reunião de quarta-feira (15) transcorreu-se de maneira consultiva.